Relatório Anual

Acompanhe nossos resultados em 2024

FLORESTA VIVA

Restauração ecológica dos biomas brasileiros com recursos do Fundo Socioambiental do BNDES e de instituições apoiadoras

FUNDO DA AMAZÔNIA ORIENTAL

Iniciativa inovadora para uma economia sustentável e de baixo carbono

AMAZÔNIA VIVA

Mecanismo de Financiamento Amazônia Viva fortalece organizações, negócios e a cadeias da sociobiodiversidade

PESQUISA MARINHA E PESQUEIRA

Conheça a iniciativa de apoio à Pesquisa Marinha e Pesqueira no Rio de Janeiro

ARPA

O maior programa de conservação de florestas tropicais do planeta

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Postado dia 26 junho 2025

Legado para restauração do Pantanal: Projeto cria publicação com apoio do GEF Terrestre

Nesta quinta-feira, 26 de junho, dentro da programação de abertura do Pantanal Tech, na UEMS de Aquidauana-MS, foi realizado pré-lançamento do manual “Recuperação do Pantanal: Um Guia Prático para a Restauração Ecológica”, durante a mesa redonda “Iniciativas de Restauração: do Pantanal ao global”, organizada pela Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal e Wetlands International Brasil. O material é o resultado conclusivo do trabalho de “Desenvolvimento de Referencial Teórico de Princípios e Padrões de Práticas de Recuperação da Vegetação e Recomendações para o Monitoramento da Recuperação Aplicados ao Bioma Pantanal”, executado pela Mupan e Wetlands International Brasil, em parceria da DoB Ecology, INAU e UFMT, com apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), por meio do Projeto Estratégias de Conservação, Recuperação e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), coordenado pelo MMA, com as agências BID, como implementadora, e Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), como executor, destinando-se como subsídio para o Pacto pela Restauração do Pantanal. “A criação do manual de Recuperação do Pantanal é um legado que o projeto GEF Terrestre deixa para que a ações de restauração no bioma sejam conhecidas e replicadas pela população que vive e depende da conservação do Pantanal”, Marina Garcia, gerente de projetos no FUNBIO. O guia fornece orientações práticas a projetos de restauração do Pantanal, desde a etapa de planejamento à implementação das técnicas de restauração, contemplando ainda métodos de monitoramento da restauração ecológica e a definição de indicadores de sucesso. O material, que tem por base conhecimentos técnico-científicos, porém apresentado com linguagem acessível, resulta da análise de vários projetos de restauração do Pantanal e de publicações internacionais sobre recuperação de áreas úmidas. “Para o Pacto Pela Restauração do Pantanal essa publicação significa um marco para darmos escala à restauração do Bioma. Nossa busca é pela Restauração do Pantanal por inteiro”, afirma Clovis Vailant, Secretário Executivo do Pacto pela Restauração no Pantanal Áurea Garcia, diretora geral da Mupan e coordenadora de políticas da Wetlands International Brasil explica que diante da complexidade do Pantanal e dos impactos das secas severas iniciadas em 2018 e dos incêndios que culminaram nos grandes eventos de 2020, tornou-se evidente a necessidade de recuperar e restaurar ecossistemas afetados. “Com apoio do GEF Terrestre,diferentes instituições passaram a aplicar variadas técnicas de restauração em distintas regiões do bioma. Esse guia sistematiza essas experiências, estruturando o conhecimento técnico-científico acumulado e oferecendo orientações práticas. É um documento orientador que reúne ciência e prática para apoiar a restauração ecológica do Pantanal em suas múltiplas realidades”, destaca. O arquivo está disponível na Biblioteca Virtual do FUNBIO.

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Postado dia 24 junho 2025

COPAÍBAS apoia a conservação socioambiental do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu

Em junho, o Programa COPAÍBAS apoiou o Conexões do Sertão - Encontro de experiências no Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, para conectar instituições públicas, privadas, organizações da sociedade civil, academia, comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas para fortalecer a integração entre organizações que atuam pela conservação desse território. O mosaico é um conjunto de áreas protegidas na margem esquerda do Rio São Francisco, entre as regiões norte e noroeste de Minas Gerais e parte do sudoeste da Bahia. Com área de 1.783.799 hectares, envolve Unidades de Conservação (UCs) ambiental, comunidades tradicionais e a Terra Indígena Xakriabá. O Programa COPAÍBAS apoia a consolidação de cinco UCs na região: Parque Estatual (PE) Veredas do Peruaçu, PE Serra das Araras, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Veredas do Acari, PE Verde Grande e PE Lagoa do Cajueiro; além de duas cooperativas com atuação socioambiental - Grande Sertão e Copabase e uma associação, o Núcleo do Pequi, além de um projeto de Gestão Territorial e ambiental na Terra Indígena (TI) Xakriabá e dois projetos de manejo integrado do fogo que estão começando. Paula Ceotto, gerente do Programa COPAÍBAS, falou sobre a presença na região. “Os projetos e eixos de atuação do COPAÍBAS reforçam a diversidade, relevância e riqueza das iniciativas socioambientais implementadas no mosaico. Fortalecendo esse coletivo e a integração entre as instituições é uma forma de fortalecer o próprio território, quem sabe gerando novas ideias, conexões e ações”, afirma. O evento, que aconteceu de 9 a 11 de junho, no Instituto Federal - Campus Januária MG, foi realizado pelo Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Estadual de Florestas (IEF), com apoio do Instituto Ekos Brasil e Programa COPAÍBAS. Laíssa Viana, do IEF, conta que já existem muitas iniciativas que trabalham de forma independente no território. “A proposta é que seja um começo para que os projetos e instituições da região, que se complementam, possam trocar experiências de boas práticas a partir desse encontro e possam se ajudar e atuar em conjunto”, afirma. As distâncias dificultam as trocas sobre o que já é feito no mosaico, que conta com 4 milhões de hectares em sua área estendida, como ressalta Damiana Campos, da Rede de Mosaicos de Áreas Protegidas (REMAP). “O encontro facilitou sinergias, inspirando o olhar para o que já tem sido feito e ajudando que se comece a se reconhecer como um grande projeto de conservação. É manejo, cuidado e história. Que seja o primeiro de muitos encontros”, conclui. Na expectativa de sair com novas conexões e ideias para o futuro, a presidente do Instituto Ekos Brasil, Ana Moeri, afirma que o ganho do encontro está justamente na união e na cooperação entre instituições que atuam nessa região. “Conectar experiência, alinhar esforços e captar recursos de forma integrada é o caminho para fazermos mais e melhor”, destaca. A criação do Mosaico Sertão Veredas – Peruaçu busca conciliar a proteção da biodiversidade à valorização cultural e social das comunidades, em uma proposta de gestão integrada e participativa. O território faz parte da região dos Gerais, imortalizada por João Guimarães Rosa em obras como “Grande Sertão: Veredas”, “Sagarana” e “Manuelzão e Miguilim”. A diversidade ambiental da região, que abriga espécies endêmicas da fauna e flora do Cerrado, convive com a riqueza cultural dos povos tradicionais sertanejos, ribeirinhos, geraizeiros, veredeiros e vazanteiros. O COPAÍBAS é um Programa financiado pela Iniciativa Internacional da Noruega para Clima e Florestas – NICFI, por meio do Ministério das Relações Exteriores da Noruega, e gerido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

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Postado dia 24 junho 2025

Saberes da comunidade conservando a floresta

Na Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema, no Acre, a mobilização comunitária tem sido essencial para consolidar a proteção da floresta. Alcinei Cerqueira Maia, o Nenzinho, é um comunitário da própria reserva que se tornou gestor da Unidade, representando uma liderança que inspira transformação a partir de dentro do território.  “É um privilégio fazer parte da equipe gestora de um território que ajudei a construir desde o início”, afirma Nenzinho. “Estamos colhendo os frutos de um trabalho coletivo, mas também enfrentando muitos desafios para garantir que as políticas públicas cheguem a quem vive e protege a floresta todos os dias.”  Criada em 2002, com cerca de 750 mil hectares nos municípios de Sena Madureira e Manoel Urbano (AC), a Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema abriga aproximadamente 400 famílias extrativistas. A coleta da castanha-do-brasil, borracha, mel, açaí e o cultivo de roçados garantem renda e segurança alimentar às comunidades. Ao longo dos anos, a RESEX se consolidou como exemplo de organização comunitária, inovação social e proteção dos modos de vida tradicionais.  Com apoio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), a unidade avançou no fortalecimento institucional e na implementação de ações estruturantes. A assinatura do Contrato de Concessão de Direito Real de Uso (CCDRU), em 2023, representou uma importante conquista para as famílias, garantindo segurança jurídica sobre o uso coletivo da terra e viabilizando o acesso a políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável.  Gestão comunitária e conservação  A partir do fortalecimento das associações locais e de capacitações técnicas, a RESEX tem investido na valorização dos saberes tradicionais e na gestão integrada do território. Em abril de 2025, um novo ciclo de políticas públicas resultou na liberação de R$ 1,3 milhão em créditos do Incra, voltados à infraestrutura produtiva, recuperação ambiental e fortalecimento da agricultura familiar.  Paralelamente, a reserva desenvolve ações de monitoramento participativo da biodiversidade, com foco na coleta sustentável da castanha-do-brasil. Em parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e o ICMBio, moradores participam da implementação de protocolos de manejo que conciliam conservação da floresta e geração de renda. “Nosso trabalho tem o compromisso de garantir que as futuras gerações encontrem um castanhal produtivo e uma floresta viva”, afirma Nenzinho.    Juventude e permanência no território  Um dos principais desafios para a continuidade do modelo extrativista é a permanência dos jovens no território. O gestor destaca que muitos estudantes enxergam a vida fora da Unidade como a única alternativa. Quando falamos da importância da floresta em pé, eles perguntam: essa riqueza é para quem?”  O líder comunitário Nenzinho defende a criação de uma escola técnica com foco no extrativismo e no empreendedorismo sustentável, baseada na Pedagogia da Alternância, em que os jovens dividem o tempo entre a escola e a comunidade. “Ao final de quatro anos, o jovem sairia com ensino médio técnico e um plano de negócio familiar, com autonomia e perspectiva de futuro no território.”    Planos de manejo com escuta e protagonismo comunitário  A realidade vivida na RESEX Cazumbá-Iracema também se reflete em outras Unidades de Conservação da Amazônia. Para Ana Cláudia Leitão, gestora da RESEX Canutama, no Amazonas, e articuladora dos planos de manejo em várias RESEX e RDS do estado, os avanços na consolidação desses instrumentos de gestão estão diretamente ligados ao envolvimento das comunidades.  “A participação comunitária tem sido fundamental tanto na elaboração quanto na aplicação dos planos de manejo. Quando os saberes tradicionais, os modos de vida e as prioridades locais são considerados, o plano se torna um instrumento mais legítimo e aplicável à realidade”, afirma Ana Cláudia.  Apesar dos desafios estruturais, a gestora destaca que o apoio do ARPA tem sido decisivo para promover capacitações locais, consolidar parcerias com organizações da sociedade civil e estimular alternativas econômicas sustentáveis. “Os investimentos em formação e geração de renda dentro das UCs fortalecem o comprometimento das comunidades com a conservação e promovem maior protagonismo na gestão dos territórios.”  Segundo ela, o fortalecimento dos conselhos gestores e a realização de oficinas participativas têm ampliado a adesão às diretrizes dos planos de manejo, impulsionando a governança e contribuindo para a regularização fundiária.     Transformação pela liderança local  Na experiência de Ana Cláudia, quando as comunidades passam a liderar os processos de proteção ambiental, há uma mudança visível no território. “Há maior engajamento na fiscalização, fortalecimento das práticas tradicionais e mais autonomia nas decisões. Isso valoriza a cultura local e fortalece a organização social.”  Ela destaca que esse protagonismo também garante continuidade das ações, mesmo diante de mudanças na gestão pública. “As comunidades se tornam guardiãs da floresta não apenas por vocação, mas porque reconhecem que seu modo de vida está diretamente ligado à saúde do território.”  Experiências como essas mostram que, ao fortalecer o protagonismo comunitário e investir na valorização dos conhecimentos tradicionais, o ARPA contribui para consolidar um modelo de conservação que une proteção ambiental e justiça social.    Caminhos para o fortalecimento das UCs  Experiências como a da RESEX Cazumbá-Iracema e Canutama reforçam que a conservação da Amazônia está diretamente ligada ao fortalecimento das populações tradicionais. O Programa ARPA atua para garantir que essas comunidades tenham acesso a recursos, capacitação técnica e instrumentos de gestão que respeitem sua autonomia e seus modos de vida.  Por meio de ações articuladas entre poder público, sociedade civil e comunidades locais, a RESEX segue consolidando um modelo de desenvolvimento que une justiça social e conservação ambiental. “A gente está no caminho certo. Mesmo que não seja fácil, estamos construindo um futuro com floresta viva e gente dentro”, conclui Nenzinho.  O ARPA – Áreas Protegidas da Amazônia é um programa do Governo do Brasil, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e tem o FUNBIO como gestor e executor financeiro. É financiado com recursos de doadores internacionais e nacionais, entre eles o governo da Alemanha por meio do Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KfW), o Global Environment Facility (GEF) por meio do Banco Mundial, a Fundação Gordon and Betty Moore, a AngloAmerican e o WWF. 

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